09 março 2007

Evangelismo e Ação Social

“Religião trata tanto com o Céu como com a terra... Qualquer religião que professar estar preocupada com as almas dos homens e não está preocupada com a pobreza que os predestina à morte, com as condições econômicas que os estrangula e com as condições sociais que os tornam paralíticos, é uma religião seca como poeira”

(Martin Luther King)

Um tema que deveria estar constantemente nos preocupando é a relação entre nossas responsabilidades evangelísticas e sociais. Quando falamos em amar ao próximo, geralmente imaginamos o que poderíamos fazer para levar o evangelho ao maior número possível de pessoas. Mas essa é uma visão puramente evangelística. É verdade que recebemos o mandamento da Grande Comissão, mas também recebemos o mandamento de amar o próximo (inclusive nossos inimigos!) e este amor, o amor ágape, tem uma conotação prática. Significa praticar o amor.

A ação social no seio da Igreja oferece um campo de aplicação onde podemos exercitar a prática do amor. É no serviço ao próximo que, por meio de nossas ações, podemos “refletir Cristo”.

Jesus nos mostra, através da parábola do samaritano (Lucas 10:33-35), um exemplo de amor ao próximo. Perceba que nessa parábola o foco central é a atitude prática do samaritano em tirar o viajante de uma situação de risco de vida. Jesus usou o samaritano como referencial de amor ao próximo e disse ao doutor da Lei: “Vai, e faze tu o mesmo”.

Assim, uma Igreja viva e eficaz deve praticar o evangelismo oferecendo socorro espiritual à comunidade, mas sem esquecer, por outro lado, de atender às necessidades materiais por meio da ação social na comunidade onde está inserida.

“(...) porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me”. (Mt. 25:35-36)

Sal da Terra e Luz do Mundo

O sermão do monte nos apresenta uma série de ensinamentos caráter prático que representam desafios a todos os cristãos. Na verdade, Jesus estabeleceu um padrão de conduta que exige que nos tornemos agentes de mudança em nossa sociedade. Somos chamados a ser “sal da terra” e “luz do mundo”. Mas entendemos o que significa ser estes dois elementos?

Em uma época quando não existia eletricidade nem geladeira, a forma que os povos antigos tinham para conservar a carne era colocando-a imersa em sal. O sal tem a propriedade de evitar que a carne se estrague. Você deve conhecer a famosa carne-de-sol. Jesus usou a metáfora do sal da terra para nos mostrar que vivemos em um mundo que, assim como carne fora da geladeira, está apodrecendo. Como cristãos, temos a responsabilidade de evitar que o mundo se deteriore cada vez mais. Precisamos ser o sal que evitará que esse mundo apodreça. A Igreja é, assim, como o sal que é adicionado ao mundo para evitar que mais pessoas pereçam.

Por outro lado, vivemos em um mundo onde as trevas, cada vez mais, imperam. Jesus usa a metáfora da “luz do mundo” para nos lembrar de nossa responsabilidade de iluminarmos o mundo com as nossas boas obras (Mt. 5:16). O próprio Jesus é a luz do mundo, mas nós também somos luz do mundo quando refletimos a imagem de Cristo e as pessoas conseguem vê-lo através de nossas ações e, ao reconhecer que nossa luz vem de Deus, passam a glorificá-Lo.

Agora imagine: se o sal não tiver sabor e a luz não brilhar. Qual será a utilidade destes elementos? Assim, Jesus nos alerta para o fato de que, se não tivermos luz nem sabor, não teremos utilidade alguma e seremos lançados fora para sermos pisados pelos homens (Mt. 5:13)! Mas não é esse o propósito de Deus para as nossas vidas. Ele quer que sejamos crentes ativos e transformadores deste mundo. Então: Vamos à luta!